Na breve história do Clube de Vela de Lagos, consta que foi fundado em 20 de Abril de 1950.Tem sido desde então o único clube de desportos naúticos da Cidade, nunca tendo interrompido a sua actividade.Tem preenchido as exigências locais e as solicitações para a utilização da Baía de Lagos, que é considerada a melhor pista de vela nacional e das melhores da Europa.
http://www.cvlagos.org/index.html
Mas atenção, as raízes deste clube podem ser encontradas no registo destas fotografias, e no apoio do Rei D. Carlos, uns anos mais atrás. Seria bom que o o Clube de Vela de Lagos tomasse a iniciativa para homenagear os pioneiros do desporto náutico em Lagos e no Algarve. Mas não o fez até agora, simplesmente por desconhecimento. Eu explico um pouco mais:
A modalidade desportiva de remo era praticada quase em exclusivo por uma pequena comunidade de ingleses ligados ao negócio do vinho do Porto, residentes no norte do país, em 1866 fundam o primeiro clube de remo em Portugal, o Oporto Boat Club, dois anos depois a modalidade começa a despertar algum interesse entre nós, aparece o Naval Portuense, e alguns anos mais tarde o Club Fluvial Portuense. Na região sul de Portugal a modalidade de remo aparece mais tarde, graças ao entusiasmo que o Rei D. Carlos tinha pelos desportos náuticos e tudo aquilo relacionado com mar. Com o apoio deste, nasceu o Clube Naval de Lisboa, que cresceu e abriu filiais pelo sul do país, Lagos foi uma das cidades escolhidas. Pioneira nos desportos náuticos, a vela foi, e é, nos dias de hoje uma modalidade desportiva, que atraí velejadores de todo o mundo, devido às condições excelentes para a prática da vela, e claro pela beleza natural e única de sua Baía. O remo existiu em Lagos, com o aparecimento do, Posto Náutico de Lagos, e o grupo "Estrela", mas foi uma modalidade que não criou raízes fortes entre nós.
Mas muito mais haverá a dizer. Espero que o José Carlos Vasques, passe por aqui e deixe um comentário, para esclarecer um pouco mais esta história. O José Carlos Vasques, conheceu muito bem esta malta, isso, tenho eu a certeza absoluta.
Estas fotrografias estiveram muito bem guardadas, a exclusividade deixará de existir certamente, mas será sempre uma raridade, que irá enriquecer e contribuir para o reforço da dimensão cultural da cidade de Lagos.
10 comentários:
O senhor José Carlos Vasques não passará por aqui portque não frequenta a internet, mas levar-lhe-ei um print da foto de cima. Talvez ele consiga identificar os dois outros elementos.
Saúde.
Olá Francisco Castelo!
Agradeço imenso a ajuda, ou antes este complemento de informação. O conhecimento do José Carlos, é saudável e importante na partilha de testemunhos. Devo dizer que há muito tempo não o vejo, recordo com saudades as conversas no Cais da Solaria na companhia de amigos, enquanto esperavamos que algum peixe picasse o isco do pescador. Olha manda-lhe um abraço, de alguém que o admira com grande respeito.
Os heróis esquecidos da nossa terra,se voltassem agora a Lagos, que diriam da cidade onde nasceram?
Desconhecia por completo que Lagos chegou a ter esta actividade.
Queria deixar aqui os meus parabéns por um blogue que acho muito interessante.
É que eu espreito muito e comento pouco...
Obrigado Mena, pela visita e acima de tudo pelo comentário, é gratificante e motivador.
Entreguei uma cópia da foto dos remadores (com legenda incluída) ao José Carlos Vasques, para ver se ele consegue identificar os retratados (com tempo para observar e rever nas suas memórias). Da breve conversa de Café que tive com ele e com outros conterrâneos presentes colhi a informação de que o Zé Bravo (na vossa foto relacionado com a capitania), foi um senhor que teve uma loja perto da Alfândega; não se tratando, portanto, do senhor Bravo que foi funcionário da Capitania.
No resto, as memórias destas pessoas remetem para um barco de competição de cuja tripulação fazia parte o senhor Tó Cruz, ao invés deste que parece ser de construção caseira. Por outro lado, a identificação do senhor Sebastião Valente (da Tabacaria), por comparação com outros mais facilmente identificáveis (Narciso, Penisga, Pereira) deixa dúvidas devido à sua estatura, que parece exagerada na foto.
De momento foi o que pude recolher. Logo que saiba mais não deixarei de vos informar.
Seria importante descobrir a data desta foto, que alguns disseram situar-se nos anos 30. Pessoalmente, apontaria para meados dos anos 40, baseando-me na roupa, no entanto é um palpite muito frágil. A foto não possui carimbo ou outra indicação no verso?
Saúde.
É muito provável que estas fotografias tenham uma dada, segundo me lembro quando as vi pela primeira vez estavam numa sala, tipo museo dum particular, numa moldura em muito bom estado de conservação, saber a data é uma operação dificil, visto por detrás estar muito bem selado com um papel castanho, talvez para evitar as traças, e claro acho que o proprietário não o consentiria, como deves entender as pessoas mais antigas não gostam muito de mecher no passado, mas assim que possível vou saber mais informações. Mas de qualquer forma eu penso que é uma fotografia entre os anos vinte e trinta.
Pouco mais a acrescentar, mas mesmo assim, ficaremos a saber a lista completa dos nomes dos remadores, e um pouco mais a respeito de nossos atletas amadores do passado, por volta dos anos trinta.Aqui restam poucas dúvidas, com a clara familiaridade com os intervenientes, por parte da pessoa que me ditou esta pequena e húmilde página da história de pessoas de cá, de nossa cidade, de Lagos.
Da direita para a esquerda:
Sebastião (da tabacaria),Tó Cruz ( mergulhador), Hermano do Nascimento Baptista (foi o dono do hotel.S.Cristovão), Pereira (da mercearia), Penisga (professor da escola industrial), Zé Bravo (funcionario da capitania), António ( irmão mais novo do Hermano Baptista) e o António Narciso (constructor naval), e foi ele que construio o barco. O miudo na fotografia em baixo, o Zé Augusto filho do António irmão do Hermano Baptista. Este barco na altura era conhecido como “Guiga”, da equipa de remo de Lagos, Estrela, ou “Estrela do Mar”, estrela essa que estava bordada nas camisetas.
O Penisga é o 4.º a contar da esquerda (é facilmente identificável, porque tinha o nariz aquilino e era um pouco arcado). Era funcionário público, na Escola Industrial, mas como contínuo, não como professor.
Disto tenho a certeza absoluta. Apanhei oito dias de suspensão, juntamente com o Zé Manel Palroz, por causa duma brincadeira estúpida a seu respeito, coisa de moços e de arremedos a contínuos.
JMC.
Enviar um comentário