sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

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Paul McCartney em Lagos no ano de 1968

image: http://www.dailymail.co.uk ( Paul McCartney na praia da Luz em 1968)
Muitos serão aqueles que desconhecem, a paixão pelo Algarve, e a amizade de Paul McCartney, com um amigo, que viveu aqui em Lagos muitos anos, no Porto de Mós. No tempo em que lá existia apenas meia dúzia de casas. Frequentava aquela praia uns poucos intelectuais de Lisboa que vinham de férias todos os anos para os mesmos sítios de costume, enquanto os locais passavam pelo Porto de Mós, apenas para apanhar ourices do mar, ou para recolha do barro cinzento para tratamento da pele. Um pouco mais atrás no tempo, digamos que era uma praia para uso militar, especialmente para exercícios, onde os rebentamentos de granadas e outro tipo de explosivos era frequente, por isso mesmo pouco aconselhável a banhistas.
Mas de este amigo, que nos visitou 30 anos depois e se espantou com a nova realidade da cidade de Lagos,vou falar num outro post, este post é do Paul McCartney.

Numa noite de final de ano, uma inesperada visita bateu à porta deste nosso amigo, (que na altura vivia na Praia da Luz, freguesia, que na altura já devia ter uns 20 ingleses residentes), um taxi vindo do aeroporto de Faro, que transportava um casal, sem escudos no bolso para pagar a viagem ao taxista, era nem mais nem menos que o famoso Sir Paul McCartney, com a sua namorada com quem viria a casar, a Linda McCartney. Ficou na casa deste nosso amigo, duas semanas de férias no Ano Novo de 1968/69. Devo acrescentar, que não era a primeira vez que Paul McCartney, visitava o Algarve, aliás, a letra da canção "Yesterday", uma das mais emblemáticas canções de Paul McCartney e dos Beatles, foi escrita em Portugal, dentro de um carro, no trajecto de cinco horas, por estradas más, na altura, entre Lisboa e Faro. Foi o próprio McCartney que o confessou no livro "Yesterday And Today", editado em 1995 nos 30 anos da canção.

Mas a outra famosa canção entre nós"Penina"foi escrita quando ele esteve de férias aqui em Lagos. A canção foi dada aos "Jotta Herre"os Beatles portugueses. Os "Jotta Herre" era uma banda, que tocava no Hotel Penina, no Algarve, perto de Portimão.

O próprio Paul McCartney conta parcialmente a história de "Penina" no fanzine do antigo clube de fãs de McCartney, "Club Sandwich": "Fui a Portugal de férias e uma noite, quando regressava ao hotel, já alegrote, resolvi tomar mais uns copos ao bar. Estava um grupo a tocar e eu acabei por ir parar à bateria. O hotel chamava-se Penina e improvisei ali uma canção sobre esse nome. Alguém me perguntou se podia ficar com ela e eu dei-lha. Nunca pensei em gravá-la eu próprio"

Na versão, do Giuseppe Flaminio, um membro da banda "Os Jotta Herre "hoje representante da Universal Music em Portugal, Conta:

"naquela noite, juntámo-nos todos à volta de Paul e de Linda, bebemos um copo e então ele propôs: vamos tocar. Passava da uma hora da manhã e o Paul deu um show inesquecível. Tocou sucessivamente piano, baixo, guitarra e bateria. Tocou bateria como eu nunca tinha visto um músico tocar". "Cada vez entrava mais gente na sala. Paul voltou à bateria e pediu "one minute". Começou a cantarolar e desafiou a malta para tentar acompanhar a sequência harmónica que estava a sair. Eram 4 horas da madrugada e, logo ali, compôs e cantou a música e a letra da canção que nos ofereceu. No fim, pôs-lhe um título, o nome do hotel". (...)

Coisas de outros tempos, como o tempo é um recurso não reciclável, na minha opinião é sempre bom relembrar estes acontecimentos, só para que não caia no esquecimento! ...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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De motorista a hoteleiro...




Este foi o primeiro Hotel no Algarve, em princípio abriu como estalagem, e foi considerado na época, um projecto moderníssimo e futurista, sem dúvida alguma se emquadrava bem nos dias de hoje com a nova câmara municipal de Lagos. Esta estalagem era direcionada em princípio a viajantes, e outras pessoas ligadas ao ramo dos transportes, dai o nome de São Cristóvão, o Santo protector dos motoristas e dos viajantes, mais tarde, foi ampliado para Hotel e perdeu toda a sua traça original.

Tudo isto foi a idea, dum grande homem que recordo: pessoa muito activa, alegre, um homem confiante, que não precisou de provar nada para ninguém nem se gabar de seu sucesso, mas que gostava de se mostrar no seu mercedes, talvez para compensar, o charmo e a vaidade que não tinha, e que talvez, em certas ocasiões , senti-se a falta, devido ao grande empenho naquilo que fazia, e o estatuto daqueles que mais o admiravam, e seus serviços procuravam.
Aliás, num post mais atrás, já o Tínhamos mencionado, o Hermano do Nascimento Baptista, (18 de Maio de 1907 - 2000, na fotografia ao lado o 3 da direita em baixo). Antes de se realizar como empresário de hotelaria e chefe de cozinha, foi motorista de autocarros, e também teve um negócio no comércio de frutos secos. Construiu o Hotel de São Cristóvão em Lagos, a primeira unidade hoteleira no Algarve.
Um grande entusiasta da culinária, tornou-se num "mestre" desta arte, representando, e servindo banquetes de gastronomia regional algarvia em diversos eventos, em Portugal e no estrangeiro. Um artista culinário, que em forma de brincadeira ou não, dizia-se: que, o Hermano, em certos banquetes, conseguia iludir os convidades e servir(brindar) estes, com pratos, onde a lagosta abundava, só que no fundo, (sem que ninguem se apercebe-se do truque), não era nem mais nem menos, que "arraia", um peixe com polpa branca, como a lagosta, mas, muito mais barato que o precioso marisco, genial!
Por tudo isto, recebeu a medalha de mérito "Grau Ouro" da parte da Câmara Municipal de Lagos.

Relacionado com tudo isto, li, há já algum tempo um artigo sobre esta zona ribeirinha, onde este hotel ainda se integra, assim como o arquitecto que projectou tudo isto, caso não tenha tido a opurtunidade de ler, fica aqui este link, onde se pode ler entre outros assuntos, o seguinte:
"A estalagem e uma bomba de gasolina que lhe era adjacente formavam o Posto Rodoviário de Lagos, que constituiu o trabalho de final de curso para defesa de tese e obtenção do diploma de arquitecto do seu autor, o arquitecto António Vicente de Castro, que obteve, na Escola de Belas Artes do Porto, em 1955, a média final de 19 valores."
Leia o resto aqui: Arquitectura Modernista no Algarve: a propósito dos «barracões» que envolvem a nova Câmara de Lagos



segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

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O João Cutileiro que conheci.


"Passei a minha vida toda, penosa e lentamente, escalando até ao cume do Evereste. Agora velho, "quebrada a espada já, rota a armadura", olho para trás por cima do ombro e vejo que me enganei"

João Cutileiro

O Largo das Freiras sempre me fascinou, pela beleza das árvores, da história, escondida no velhario das casas e especialmente da Igreja velha, que apesar de abandonada ainda por lá habitavam as imagens em madeira da religião, decapitadas algumas, por brincadeira ou má fé, os montes de livros antigos cobriam o chão, o cheiro intenso a velho pairava no ar, o abondono e o sossego dum templo, onde uma enorme cruja, escolheu para habitar, as pulgas eram tantas, que sempre que podiam tentavam fugir, agarrando-se a nossas pernas, por vezes subia-mos à torre para tocar o sino.

Imagens que recordo com saudades, em minha inocente idade, aí brincava, em frente à casa do Cutileiro, pessoa um tanto asustadora e misteriosa, um olhar ameaçador constante, que nos fazia parar nas nossas brincadeiras do quotidiano, sempre que o Cutileiro regressava a casa no seu velho Citrôen 2 cavalos branco, velho e cansado de tantas vezes subir aquela ladeira, que mais tarde acabou por morrer de baixo de uma àrvore, e por lá ficou fazendo a delícia da moçada que nele brincavam. Um alto muro coberto com pedaços de vidros cravados no topo, separava o seu mundo, do mundo dos outros. Mistério, que despertava a imaginação de almas tão inocentes e curiosas, que sempre que possível tentavamos desvendar, subindo, e lá em cima era o contemplar do imaginário erótico em pedra do Cutileiro. Por vezes a sorte brindava-nos, com a arte viva da mulher despida, misturada com a pedra nua em forma de mulher, enquanto o Cutileiro explorava a figura feminina, e projectava no papel a sua nova criação.

Hoje quando se fala do Cutileiro, me vem à memória, estes momentos inocentes de minha infância, e um sentimento que o Cutileiro que conheci, era um homem muitos anos à frente do tempo que vivia, o que o tornava um pouco incompreesível para a população em geral. Não foram tempos fáceis para o artista, penso eu, mas venceu e apareceu com o D.Sebastião, que tanto se esperava num dia de nevoeiro, envolto no pó de pedra, na imagem viva do Cutileiro. O João Cutileiro, venceu na vida e voltou a sorrir, um grande artista, e claro nenhum grande artista vê as coisas como realmente são, caso contrário, deixaria de ser um artista.

Um pouco de João Cutileiro:

Em 1966, numa visita a uma fábrica de mármores em Lagos, descobre as potencialidades criativas, e também económicas, do corte da pedra com máquina eléctrica. Na sequência disto, Cutileiro trabalhará exclusivamente em mármore e pedra, concebendo um estilo escultórico em que os objectos tanto se caracterizam pela simulação de um tratamento artesanal, como ostentam a visível caligrafia da máquina Cutileiro abre a porta para a grande ruptura na escultura portuguesa do século XX, que ocorrerá efectivamente na década de 80. Fá-lo não só através da sua própria obra, mas igualmente pelo trabalho de formador na Escola da Pedra em Lagos, por onde passaram alguns dos artistas, como José Pedro Croft e Manuel Rosa, que protagonizam essa transformação.
A década de 60 marca a escolha da temática que irá dominar toda a sua produção, o erotismo, particularmente explorado através da figura feminina, mas também presente nos seus pássaros e flores.
1973 é o ano de D. Sebastião, a peça mais polémica de toda a sua carreira. Para além dos (muitos) sentimentos que esta escultura, colocada numa praça da cidade de Lagos, possa ter suscitado, D. Sebastião marca uma ruptura definitiva na estatuária nacional, ao ser o primeiro monumento a desafiar a sua lógica comemorativa. Cutileiro apropria uma das figuras mais emblemáticas da mitologia portuguesa, criando um antimonumento, assente na ambiguidade (sexual) do jovem rei, desmistificando simultaneamente o seu estatuto heróico e a suas virtudes guerreiras.

domingo, 24 de janeiro de 2010

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Desafios com coragem e determinação

fotografia do blog: http://umapraca.blogspot.com/

Ganhamos uma praça mais valorizada, um espaço mais imaginário e contemplativo.
A respeito da critica que nunca parece ser suficiente, lembro-me quando se criticava a ocupação de grande parte da Praça Do Infante, pela esplanada do Rosa, a venda abusiva de vendedores ambulantes, em lugares não licenciados, utilizando as árvores como autênticos estendais de roupa.
Em geral as pessoas tendem a observar, valorizar e a contemplar as coisas só quando estas desaparecem. Talvez o futuro de Lagos se encontre em estabelecer uma relação coerente, entre o passado e o presente. Uma coerência obtida por meio de um verdadeiro sentido de pertença e orgulho histórico, construído a um nível local e global, através dos seus espaços públicos, e que integre ao mesmo tempo inovação e preservação histórica e cultural.

O espaço público é o espaço de representação, por estranho que pareça, as cidades tornam-se cada vez mais espaços de transição onde os espaços encaram um afastamento progressivo dos grupos sociais. Neste mundo em constante mudança, por vezes sentimos que não corresponde aquele em que acreditamos viver, porque vivemos num mundo para o qual ainda não aprendemos a observar e aceitar de acordo com nosso estilo de vida. Temos que reaprender a pensar sobre o espaço, para que possamos superar estes desafios. Não se pode dizer, que a identidade da cidade de Lagos está a perder-se no espaço físico, pelo contrário, talvez, esteja a tornar-se cada vez menos humano. Não se pode preservar uma identidade mantendo o ambiente construído “estático” porque os ritmos diários e modos de vida das pessoas alteram-se, a cidade adaptar-se-á instintivamente a essas mundanças, há que dar tempo ao tempo.

Temos que reflectir sobre a crítica = julgamento, de forma que a critica passe a ser mais construtiva, por muito criticos que sejamos, não chega para nos afastar dos desafios que a cidade de Lagos enfrenta no mundo de hoje, todos nós somos responsáveis, queiramos ou não, temos que acreditar.
Calçada portuguesa que me deixa saudades

sábado, 23 de janeiro de 2010

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Remo (Equipa Lacobrigense "Estrela")

Fotografias inéditas, click na imagem para aumentar.

Na breve história do Clube de Vela de Lagos, consta que foi fundado em 20 de Abril de 1950.Tem sido desde então o único clube de desportos naúticos da Cidade, nunca tendo interrompido a sua actividade.Tem preenchido as exigências locais e as solicitações para a utilização da Baía de Lagos, que é considerada a melhor pista de vela nacional e das melhores da Europa.
http://www.cvlagos.org/index.html
Mas atenção, as raízes deste clube podem ser encontradas no registo destas fotografias, e no apoio do Rei D. Carlos, uns anos mais atrás. Seria bom que o o Clube de Vela de Lagos tomasse a iniciativa para homenagear os pioneiros do desporto náutico em Lagos e no Algarve. Mas não o fez até agora, simplesmente por desconhecimento. Eu explico um pouco mais:

A modalidade desportiva de remo era praticada quase em exclusivo por uma pequena comunidade de ingleses ligados ao negócio do vinho do Porto, residentes no norte do país, em 1866 fundam o primeiro clube de remo em Portugal, o Oporto Boat Club, dois anos depois a modalidade começa a despertar algum interesse entre nós, aparece o Naval Portuense, e alguns anos mais tarde o Club Fluvial Portuense. Na região sul de Portugal a modalidade de remo aparece mais tarde, graças ao entusiasmo que o Rei D. Carlos tinha pelos desportos náuticos e tudo aquilo relacionado com mar. Com o apoio deste, nasceu o Clube Naval de Lisboa, que cresceu e abriu filiais pelo sul do país, Lagos foi uma das cidades escolhidas. Pioneira nos desportos náuticos, a vela foi, e é, nos dias de hoje uma modalidade desportiva, que atraí velejadores de todo o mundo, devido às condições excelentes para a prática da vela, e claro pela beleza natural e única de sua Baía. O remo existiu em Lagos, com o aparecimento do, Posto Náutico de Lagos, e o grupo "Estrela", mas foi uma modalidade que não criou raízes fortes entre nós.

Mas muito mais haverá a dizer. Espero que o José Carlos Vasques, passe por aqui e deixe um comentário, para esclarecer um pouco mais esta história. O José Carlos Vasques, conheceu muito bem esta malta, isso, tenho eu a certeza absoluta.
Estas fotrografias estiveram muito bem guardadas, a exclusividade deixará de existir certamente, mas será sempre uma raridade, que irá enriquecer e contribuir para o reforço da dimensão cultural da cidade de Lagos.




sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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Poetas de outros tempos

José Manuel Lopes Gonçalves, (Lalecas), nasceu em Lagos, na rua Marchal furtado, em 8 de Abril de 1952, (1º Em baixo a contar da esquerda). Carregar na imagem para ampliar

As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.
Conhecemos pessoas que vem e que ficam, outras que, vem e passam.
Existem aquelas que, vem, ficam e depois de algum tempo se vão.
Mas existem aquelas que vem e se vão com uma enorme vontade de ficar...

Fotografia bastante curiosa, veio ao meu encontro. Lalecas(Lelecas), melhor, José Manuel Lopes Gonçalves, o homem que tem estado à frente das finanças públicas lacobrigenses, já lá vão muitos anos.

Um dia em conversa com o amigo Lalecas, dizia-me ele, que tinha uma fotografia do tempo que jogava futebol no Esperança de Lagos, onde eu figurava entre os jogadores e as muitas pessoas alegres, (como era normal, naquela ėpoca longinqua), tinha eu os meus 10 aninhos,e estes eram os heróis da minha infância. O exercício de recordar estas pessoas e estes tempos, não é tarefa fácil. Mais difícil é compreender hoje, como, num país de injustiças estruturais, que choca mesmo as consciências mais apáticas e resignadas, alguém, como o meu amigo de longa data, o Lalecas conseguiu, durante sua longa carreira, não cair na tentação irresistível de fortunas que surgem da noite para o dia. Como é sabido, onde há dinheiro a administrar há sempre a oferta generosa de corruptos que no país abunda, e Lagos não fica isente.
Os anos vão passando por nós, mas nada fez mudar o carácter e comportamento sério e lutador do Lalecas, assim sempre o conheci, um grande homem um excelente professional, que sempre lutou por sua terra, tanto no desporto, como na vida profissional.
É preciso ter sólidos valores, ser pessoa séria, e acima de tudo, é bom ter em conta que, através do passado, consegue compreender-se melhor o presente. Uma lição de vida, um exemplo a ser seguido,para muitos que hoje, ocupam cargos importantes no nosso concelho , que viveram e sentiram, estes tempos
humildes.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

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O recuo do Infante D. Henrique

O Infante D. Henrique toda a vida foi chamado de “Navegador”, mas nem uma canoa ele sabia dirigir, Navegador porquê? Ora muito bem, esta é a opinião de quem escreve a história no outro lado, logo a história varia segundo o ponto-de-vista de quem a escreve, mas talvez a falta de crítica seja um dos maiores males de que padece a nossa literatura.

Lagos a capital da Nigéria è a maior cidade na África Ocidental, a qual foi chamada Lagos. Lagos é uma palavra Ibérica que significa lago. A província do Algarve (al-Gharb) em Portugal também tem uma cidade com o nome de Lagos. Como aparece então este nome numa cidade da Nigéria?

Na Lagos antiga dos Mouros, homens negros viviam como reis e príncipes. Lagos é uma antiga cidade marítima com mais de 2.000 anos de história…

A história deste povo tem a explicação para isto e muito mais. Aqui no link em baixo, talvez encontre também a explicação do recuo da estátua do Infante D. Enrique. Documento assinado por Jide Uwechia a pessoa responsável por esta investigação.

http://www.africaresource.com/rasta/sesostris-the-great-the-egyptian-hercules/the-moorish-cities-of-lagos-in-nigeria-and-portugal-jide-uwechia/

Aqui em baixo a tradução para português, do “Google translate”, mas muito pouco esclarecedor:
http://translate.google.com/translate?hl=fpt&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Fwww.africaresource.com%2Frasta%2Fsesostris-the-great-the-egyptian-hercules%2Fthe-moorish-cities-of-lagos-in-nigeria-and-portugal-jide-uwechia%2F

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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Fernão de Magalhães


De espantar que o primeiro passo na direção do comércio em escala mundial(um dos aspectos da globalização actual) tenha sido há mais de 600 anos.


O navio escola Sagres partiu ontem, do cais de Alcântara, para uma missão de onze meses à volta do mundo, algo que não fazia há 27 anos.

A Sagres deixou a barra do Tejo em direcção ao, Brasil, seu primeiro porto de passagem, onde deverá chegar a 9 de Fevereiro. No total, a viagem terá uma duração estimada de 339 dias, dos quais 71 por cento a navegar e 29 por cento nos portos. O navio passará por 27 cidades costeiras, de 19 países diferentes, antes de regressar a Lisboa, em 23 de Dezembro.

Nada melhor para lembrar nestes 5 filmes, a viagem do Fernão de Magalhães e dos irmãos Faleiro, cartógrafos portugueses.

Fernão Magalhães começou a insistir para o rei Manuel lhe dar tarefas mais emocionantes e bem pagas, como encontrar o caminho para as Molucas indo pelo Oeste, em vez de fazer o trajeto tradicional, na direção Leste: era mais rápido, dizia. O monarca não comprou essa idéia. Isso fez Magalhães renunciar à nacionalidade portuguesa e oferecer seus serviços a Carlos, rei da Espanha. Esse soberano, depois conhecido como imperador Carlos V, tinha sonhos de grandeza e decidiu patrocinar a viagem de Magalhães. Encontrar um caminho mais rápido para as Índias faria a Espanha passar à frente de Portugal e de todos os outros países na corrida das navegações. Segundo os cálculos de Magalhães e dos irmãos Faleiro, cartógrafos portugueses, as Molucas encontravam-se na metade do mundo que, pelo Tratado de Tordesilhas, cabia à coroa espanhola. Eles acreditavam que ao sul do Brasil havia uma passagem, do oceano Atlântico para os mares do Sul. Em setembro de 1519 a grande viagem começou, partindo com cinco navios e cerca de 270 tripulantes. A frota chegaria à América do Sul, explorando a região do rio da Prata no ano seguinte.

A viagem completa de Fernão de Magalhães, pode ver aqui:

http://canalhadelagos.blogspot.com/2009_07_01_archive.html

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

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As coisas não valem senão na interpretação delas


Obra do artista Lacobrigense, Zé Maria (ZEMA).


A experiência direta é o subterfúgio, ou o esconderijo, daqueles que são desprovidos de imaginação. Os homens de ação são os escravos dos homens de entendimento. As coisas não valem senão na interpretação delas. Uns, pois, criam coisas para que os outros, transmudando-as em significação, as tornem vidas. Narrar é criar, pois viver é apenas ser vivido.

Fernando Pessoa



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A Linha!

Projecto "Cascade" Ponta da Piedade -1.Fase - 38 hectares, uma milha de costa.
Carregar nas imagens para ampliar

A primeira ideia que nos surge ao pensar na linha é a de contorno, de limite, uma linha gerada pelo traçar do desenho — real ou imaginária, essa linha descreve formas e delimita-as, de alguma maneira, as individualiza. Geometricamente, a linha contínua ou não, mais do que uma sucessão de pontos, é a trajectória de um único ponto que se move, ou, para utilizar a linguagem típica dessa disciplina, é “o lugar geométrico das posições desse ponto”.

Contudo a leitura de uma imagem, no que esta encerra de observação, é ainda de facto diferente da escrita. Pelo contrário, as imagens convidam-nos, quase imediatamente, a entrarmos nelas. Absorvem-nos de forma voraz. Sobrepõem-se. Fazem desaparecer tudo o que não é imagem. A sua sobranceria e proliferação parece querer armadilha-nos os movimentos e os trajectos.

domingo, 17 de janeiro de 2010

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O Poeta





Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.

Essa frase do nosso dia a dia, que me habituei a ouvir. Qualquer pessoa é admirável quando não conhecemos bem, até conhece-la, acho que não é bem assim. Durante o tempo de escola, conheci um professor, que me habituou, com a imagem de alguém fechado, num mundo que parecia ser só e exclusivo dele, por direito próprio. Homem curioso, transportava no seu dia-a-dia, um mistério numa mala valiosa, (com alça à tira-colo em pele), presumo, cheia de ricos pensamentos, gasta pelo silêncio dos tempos, nunca consegui saber quem era.

Os defeitos que vemos em quem idealizamos por desconfianca, ou ignorância, não, são nada, quando percebemos que, nunca conseguimos conviver com eles, pelas circunstâncias dos tempos, a vontade e tudo aquilo que o tempo já levou. Culpa minha, culpa não se sabe muito bem de quem. Voltei a encontrá-lo por aí, na diva dos sonhos, na net! em lugares onde a poesia encanta, e os males espanta. Me fez pensar e procurar o valor daquilo, ou daqueles que um dia, estando perto, sempre parecerem estar tão longe.

Hoje a aproximação está ao nosso alcance, mesmo que distante, tudo que erradamente tinha idealizado se desfaz, justiça é feita na valorização de alguém, não só pelo que faz, mas por tudo aquilo que fez, e eu não sabia.
Hoje eu sei, anos passaram, revela-se a pessoa, que eu posso dizer:
Eu te conheço! Não, não te conheço! Ninguém te conheçe, não conhecemos ninguém, eu mesmo às vezes não me conheço, mas hoje, sei quem tu és.

José Vieira Calado, nasceu em Lagos, em 1938, mais de quarenta anos de vida dedicados à literatura, Vieira Calado é um dos melhores poetas do modernismo algarvio.

“Os Sinais da Terra”, o livro que viria a ser proibido pela censura, e que mudou a vida deste lacobrigense, e que me fez escrever este post.

” Estudou em Lagos, Portimão, Faro e Lisboa. Em 1961 Iniciou-se na Poesia, e publicou o seus primeiros poemas, com o livro “37 Poemas” e, no ano seguinte, “Os Sinais da Terra”, que viria a ser proibido pela censura. Esse episódio esteve na origem da sua partida primeiro para Londres e depois para Paris, onde frequentou a Universidade de Vincennes, onde obteve uma "Maîtrise" em Estudos Anglo-Portugueses. A seguir ao 25 de Abril, tendo completado o curso, voltou a Portugal, para o ensino oficial, exerceu a profissão de Professor de Inglês e Português e publicou o livro “Poema para Hoje”, encetando uma vasta colaboração em jornais, revistas, programas radiofónicos e palestras em Centros Culturais e Escolas, nos domínios da Poesia e da Astronomia.
Até hoje publicou catorze livros de poesia e um em prosa, Merdock, já em segunda edição. Em Faro ficou especialmente conhecido pelo seu livro sobre os episódios ocorridos nos anos 50, envolvendo o cão Merdock. Nas palavras do autor:
“Merdock era um cão singular e deu origem, em Faro, a uma extraordinária manifestação de solidariedade que culminou na sua libertação.”
Aqui encontra, José Vieira Calado: http://www.vieiracalado-poesia.blogspot.com/


PS: Isto é apenas uma abordagem difícil, a alguém, que se conhece ao longe na rua, talvez, não seja a pessoa certa para falar do Calado, afinal, eu sou um estranho um canalha, que não dá a cara, mas isso não impede, de deixar aqui meu ponto de vista. Mas atenção, nada disto tem a ver com públicidade ou poesia, mas sim com a pessoa, como muitas outras que são recordadas, apenas, pela força da tristeza da partida.

sábado, 16 de janeiro de 2010

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Sonhemos


Carnaval, a festa dos sonhos e fantasias, sonhos que vão com os foliões e fantasias enfeitando o desejo da alegria, para esconder as profundas tristezas. O carnaval afasta por momentos, o entristecer que a rotina do dia-a-dia nos coloca, infelizmente, é uma alegria momentânea e sem fundamentos para a vida. Tudo acaba, devolvendo a rotina da vida, a alegria afoga-se na chegada da realidade, o retorno do inferno "para alguns".
Não te embebedes na fantasia da rotina do dia-a-dia, sonha, sonha...

Ou será que a vida é um carnaval, que de vez em quando, faz com que algumas máscaras caem?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

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Para falar ao vento bastam palavras...

Em 1907 uma imponente esquadra inglesa, composta por 53 grandes navios e com 7 almirantes, visitou Lagos. O Rei D. Carlos, na sua qualidade de almirante honorário da Marinha inglesa, fez questão de estar presente para cumprimentar o almirantado, a quem ofereceu um jantar.No meio deste cerimonial levantou-se uma questão complicada de resolver.Era preciso arranjar alguém no Algarve que soubesse falar inglês para fazer o discurso das boas vindas e servir de intérprete, tarefa extremamente difícil porque quase ninguém sabia falar inglês na região.Por fim lá se encontrou um velho mestre e oficial do exército, que ao saudar a marinha britânica, na Câmara de Lagos, com um longo e bem elaborado discurso, não obteve da parte dos ingleses qualquer reacção ou resposta. Consta que o velho oficial, com ar de lamentação, voltou-se para o Rei D.Carlos e disse : « Majestade! Não sei que incgleses são estes que não compreendem o inglês! ».

Foi um dia muito especial para os Lacobrigenses e para a cidade de Lagos, foi dia de festa, segundo relataram os jornais da época, o Rei ficou encantado com a beleza da Baía e o carinhoso acolhimento da população. (È que a terra em festa chamava a atenção de todos. Veja-se a primeira estampa a far-se-á ideia do aspecto da praia. Á falta de terra firme para um arco de triunfo, a população marítima empavezou todos os barcos de pesca, grandes e pequenos, e formou-os em duas alas à laia de arruamento. Fez-se assim uma alameda pitoresca, movediça, semelhando filas de árvores, de passeios atulhados de pescadores, mulheres, de crianças, lenços acenando, chapéus no ar, sorriso aberto à passagem dos seus hóspedes. Referiram jornais o que foi a recepção feita em Lagos aos reis de Portugal)

Outra história interessante, relacionada com a visita do Rei D.Carlos em 1907 a Lagos, foi a da bela jovem lacobrigense que morava na parte velha da cidade de Lagos, na rua da Coroa, confrontada com o rei, e este lhe pergunta o nome, responde: Benedita, Benedita! respondeu o Rei, num tom um pouco admirado, não, em tão bela dama, ficaria melhor o nome de "Benvinda". Seguindo o conselho do rei D.Carlos, os padrinhos desta jovem mulher, acharam conveniente mudar o nome. O nome foi mudado, nome esse, que os muitos dos netos e bisnetos se lembram, e a recordam nos dias de hoje, a avó Benvinda.

sábado, 2 de janeiro de 2010

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"facilitismo" ou "favoritismo"

Todas as construções, ampliações, demolições, alterações e reconstruções deverão ser licenciadas pela Câmara Municipal. O arquitecto será o responsável técnico pelo projecto junto desta entidade e saberá quais os requisitos a que a casa deverá obedecer para cumprir os regulamentos.
Após a autorização da construção, ampliações, demolições, alterações e reconstruções, a Câmara Municipal emite uma licença de construção, mediante o pagamento da respectiva taxa.
Deverá verificar se o empreiteiro possui um alvará com a classificação exigida pela Câmara para a emissão da licença. No final da obra deverá requerer à Câmara Municipal a emissão da licença de utilização, sem a qual não lhe será possível, no futuro, e eventualmente, vender a casa.
História vergonhosa para o Município de Lagos, este projeto foi aprovado por quem? Certo é que não foi aprovado e votado em sessão extraordinária, não terá havido "facilitismo" ou "favoritismo".
Este projecto ilustra bem o empenho de alguns técnicos e fiscais camarários incompetentes, responsáveis pela aprovação e acompanhamento na definição e prossecução de determinados projectos habitacionais.
Isto é vergonhoso e deve-se lembrar, para que não seja permitido nos dias de hoje a tamanhas aberrações .

Esta Casa Rústica, está à venda no SAPO.PT, CASA:
http://casa.sapo.pt/Imovel/Casa-Rustica-Lagos-a0a21e8c-e2da-4c05-a5cf-4527e437b8e6.html