Em geral as pessoas tendem a observar, valorizar e a contemplar as coisas só quando estas desaparecem. Talvez o futuro de Lagos se encontre em estabelecer uma relação coerente, entre o passado e o presente. Uma coerência obtida por meio de um verdadeiro sentido de pertença e orgulho histórico, construído a um nível local e global, através dos seus espaços públicos, e que integre ao mesmo tempo inovação e preservação histórica e cultural.
O espaço público é o espaço de representação, por estranho que pareça, as cidades tornam-se cada vez mais espaços de transição onde os espaços encaram um afastamento progressivo dos grupos sociais. Neste mundo em constante mudança, por vezes sentimos que não corresponde aquele em que acreditamos viver, porque vivemos num mundo para o qual ainda não aprendemos a observar e aceitar de acordo com nosso estilo de vida. Temos que reaprender a pensar sobre o espaço, para que possamos superar estes desafios. Não se pode dizer, que a identidade da cidade de Lagos está a perder-se no espaço físico, pelo contrário, talvez, esteja a tornar-se cada vez menos humano. Não se pode preservar uma identidade mantendo o ambiente construído “estático” porque os ritmos diários e modos de vida das pessoas alteram-se, a cidade adaptar-se-á instintivamente a essas mundanças, há que dar tempo ao tempo.
Temos que reflectir sobre a crítica = julgamento, de forma que a critica passe a ser mais construtiva, por muito criticos que sejamos, não chega para nos afastar dos desafios que a cidade de Lagos enfrenta no mundo de hoje, todos nós somos responsáveis, queiramos ou não, temos que acreditar.
4 comentários:
Ora aqui está uma reflexão (análise) inteligente.
Uma belíssima reflexão
Começo o ano a concordar consigo, no entanto tenho uma incontida curiosidade pela opinião peculiar de muitos dos meus vizinhos, já que conseguem sobreviver à velhice com rituais estruturados nas pequenas certezas da vida.
Meu caro,
Felicito-o pelo seu comentário.
O passado, seja qual for a sua marca,inevitávelmente e mesmo que quisessemos, não trava as realizações do presente, porém, temos de ser capazes de reinventar o passado para ver a beleza do futuro.
Todavia como diz B. Brecht:
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo./
E examinai, sobretudo, o que parece habitual./
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.
Aguimas, não é sinônimo de inteligência, a matéria, porém, é interessante, ė apenas e só a minha opinião.
Meu caro Zé das Cabras, fico sensibilizado com as razões da sua concordância. ;-)
Compreendo o seu ponto de vista Jorge Ferreira, o passado é lição para refletir, não para repetir, eu procuro sempre olhar pra frente...
Uma excelente semana! ;-)
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